As teias da política são realmente intrincadas, misteriosas e bastante complexas. Nem bem um pleito é assumido, os partidos já buscam nomes para as futuras eleições e reeleições, tudo para que haja a melhor coligação em torno de um candidato que estabilize a máquina no Congresso – segurando o poder por mais tempo.
Contudo, bem como diz a frase: “a voz do povo é a voz de Deus”, em São Paulo, no dia 21 de novembro, o Instituto Paraná Pesquisas revelou um primeiro “eco” da opinião pública sobre o futuro do Governo do Estado de São Paulo. Segundo “Deus”, ou melhor, o povo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) deve continuar governador em 2026, vencendo as eleições em quaisquer cenários e permanecendo com a maioria na ALESP.
O que dizem as pesquisas?
Se disputar o pleito com Pablo Marçal (PRTB), por exemplo, o ex-ministro da Infraestrutura no governo Jair Bolsonaro vence por 40,5% contra 20,5% do coach e influencer. Se disputar contra Márcio França (PSB), este não passa dos 12,6%, garantindo a vitória do republicano.
O céu fica ainda mais “azul de brigadeiro” para Tarcísio, se o mesmo disputar as eleições contra o Deputado Federal reeleito pelo PT de São Paulo, Alexandre Padilha. Padilha, que também é médico e já foi ministro da Saúde, nos Governos Dilma e Lula, crava apenas 7,7% do eleitorado – não causando nem mesmo “coceira” no atual governador.
E se disputar contra Geraldo Alckmin?
Nesta pesquisa o nome do ex-governador não foi aplicado, porém, nos bastidores do PSB há rumores sobre essa possibilidade junto ao atual vice-presidente da república.
Além de já ter ganho 4 vezes a disputa do Governo do Estado – até mesmo diante de candidatos do Partido dos Trabalhadores, o ex-tucano também já foi vice-governador na chapa com o saudoso Mário Covas, além de deputado federal, deputado estadual, prefeito de Pindamonhangaba e vereador. É, portanto, nome de peso e com bastante costura no interior do Estado, algo que certamente derreteria e migraria votos e apoio de Tarcísio.
Para completar, boa parte dos paulistanos vê na imagem de Geraldo Alckmin uma estabilidade política e econômica que é a cara de São Paulo – não à toa ganhou todos os pleitos disputados pelo Estado. O paulista tem simpatia pelo vice-presidente.
Há ainda, porém remota, até mesmo a possibilidade de o vice-presidente “migrar” para o PT – embora uma ala conservadora do partido não o apoie, para a disputa pelo pleito.
Especulações à parte, a assessoria da vice-presidência da República, por sua vez, nega que o vice-presidente Geraldo Alckmin tenha interesse em sair candidato ao governo do Estado e garante que o mesmo mantém-se focado nas responsabilidades e agenda do Governo Federal, diante dos compromissos assumidos com o presidente Lula.
“Não figura em nenhuma pesquisa, porque não tem interesse em sair candidato. Existem projetos maiores em andamento ao lado do presidente Lula que lhe apraz manter o compromisso de sua agenda até o final deste mandato”, afirma a assessoria.
Como foi o governo Geraldo Alckmin em SP?
Em sua última gestão como governador, dos escândalos de desvios da merenda escolar às obras do metrô – sempre atrasadas em seus cronogramas – só o PT apresentou na Assembleia Legislativa do Estado, 23 pedidos de criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Contudo, com uma larga maioria na Alesp, nenhuma CPI foi criada e as investigações diante de fatos no mínimo curiosos, foram engavetadas.
Houve também o escândalo das OSS’s – Organizações Sociais da Saúde, no qual foram encontradas 23 irregularidades em contratos de 5 Organizações Sociais de Saúde, dentre elas a SPDM e a SECONCI, que juntas somavam 75% dos contratos com a Secretaria Estadual de Saúde. Acabou em “pizza”.
Por outro lado, o atual vice-presidente também realizou trabalhos que o consagraram diante dos adversários, como por exemplo, o aumento da calha do Rio Tietê e que reduziu drasticamente as enchentes na capital; a construção de mais vinte piscinões para evitar enchentes na Grande São Paulo; a implementação do trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas; modernização e ampliação da CPTM e do Metrô; a construção da segunda pista da Rodovia dos Imigrantes, o aumento expressivo do volume de esgoto encaminhado para tratamento, dentro do Programa de Despoluição do Tietê, através da Sabesp, e as obras de ampliação de abastecimento de água que interligam os cinco principais reservatórios do Estado, para evitar outra crise hídrica como a de 2015, dentre outros.
Será que a base deixada por Alckmin ao longo de 4 mandatos, com partidos de centro-direita, fariam peso em uma nova postulação de frente-ampla como candidato de centro-esquerda?
Seriam tais feitos suficientes para colocá-lo novamente à frente do Estado de São Paulo e derreter o apoio atual dos eleitores de Tarcísio?
E será que o povo paulista vai aceitar Alckmin como candidato em uma frente ampla de centro-esquerda pelo PSB?
É esperar para ver.
Política é, sempre foi e sempre será uma caixinha de surpresas!
Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação. Para saber mais sobre outros conteúdos, clique aqui e acesse a home do nosso portal.